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Mostrando postagens de setembro, 2020

A moça da sapatilha preta

   Hoje eu estou sentado naquela mesma lanchonete, olhando pelo reflexo daquele vidro que eu te vi pela primeira vez! Você estava lá sentada, de pernas cruzadas, balançado os pés com aquela sapatilha preta, como se estivesse impaciente, nos seus olhos qualquer um que te observasse, conseguia ver a sua indignação. Então do nada você levanta e caminha em direção ao balcão, retira a carteira da bolsa e paga o seu café, logo em seguida sai pelo corredor que se forma entre as mesas da lanchonete, e eu não consigo disfarçar o quão admirado fiquei em observar-te.     Mas agora sinto-me apenas alguém que vive de lembranças, pois quando eu estou em casa a cama é tão vazia sem você, os travesseiros não têm mais o seu cheiro, parece que acordar pelas manhãs e olhar aquela sapatilha preta em baixo da escrivaninha é um tormento, pois me lembro do seu riso, vou até à janela e observo aquela praça que um dia juramos levar os nossos filhos, mas olho ao redor e não tenho os filhos qu...

R. Augusta: A sétima chave capítulo 6

 Tequila Estava caída no chão sangrando por causa daquele desgraçado. A dor em minha perna era latejante. Consegui retornar até minha cadeira para me sentar. Me servi um copo de whisky, rezando para que a queimação em minha garganta, fosse o suficiente para acabar com a minha dor física e mental. O ferimento estava sangrando cada vez mais. Havia um armário ao lado de minha mesa. Com grande dificuldade, me levantei e fui em direção ao armário, com a esperança de encontrar uma caixa de primeiros socorros. Ao abrir o armário, diversas pastas e papéis caíram no chão aveludado e surpreendentemente, uma caixa branca também caiu; a caixa continha alguns medicamentos e itens para limpeza de ferimentos. Me sentei ao lado de toda a bagunça que estava espalhada pelo chão e lentamente, limpei o ferimento. Quando finalmente terminei, notei que ao meu lado havia um pequeno baú com os contratos de posse do bordel. Não pude deixar de me lembrar de minha história com Caballero Negro, ou m...

Desigualdade social e seus impactos

 Você sabe o que é a desigualde social? A desigualdade social é o distanciamento entre as classes sociais (Ricos e pobres) esse é um problema enfrentado em larga escala no Brasil e no mundo. É um conceito sociológico e econômico que nos relata a diferença que existe entre as classes sociais e tem o efeito de limitar ou prejudicar o status de um determinado grupo. As áreas de desigualdade social incluem o acesso aos direitos de voto, a liberdade de expressão, a extensão de direitos de propriedade e acesso a educação, saúde, moradia de qualidade, transportes, outros bens e serviços sociais. Marx que desenvolveu uma teoria sobre a noção de liberdade e a igualdade do pensamento liberal nos diz que as desigualdades sociais são resolvidas quando buscamos pelo interesse da grande maioria e não apenas de alguns. Então entendemos que a sociedade é um conjunto de atividades dos homens (todos) ou ações humanas e são essas ações que tornam a sociedade possível, ajudando a organizar o...

A Reviravolta da minha Adolescência

Amar é bom, mas se amar é do caralho Eu sempre me senti pra baixo, mas pra baixo do nada sabe? Chorava muito na adolescência, e a única maneira que eu conseguia me aliviar era me auto cortando, me alto machucando. Porque? Não sei, não sei uma palavra exata que explique o porquê, eu só sei que alivia tudo o que eu estava sentindo. O motivo por eu ter começado? Bullyng. Me zoavam, me colocavam SEMPRE PRA BAIXO, sabe o que é ser chamada de feia? Cabelo duro? Sempre te colocarem pra baixo que ninguém ficaria com você? Sempre rirem quando você passa? Todos os dias? Pra uma menina de 15 anos que não tinha uma auto estima elevada, abatia muito. Me cortava sempre, já me cortei em sala de aula, até que um dia eu pensei em retirar minha própria vida, nesse mesmo dia que meu pai ficou sabendo que eu estava com o braço todo cortado, e eu fiquei muito com medo dele me bater sabe? Pensei em fugir de casa. Eu tinha apenas 15 anos, 14, não me lembro exatamente. Ele acabou me encontrando na rua, e just...

As descobertas das doçuras e amarguras da vida (Enfim as doçuras)

   Aquela noite foi tão especial, que eu e Mag ficamos ali olhando as estrelas, conversando que não observamos o tempo passar, realmente foi tudo tão mágico, diferente e especial que parecia que fica.os parados no tempo e acabamos pegando no sono.      Ao amanhecer acordo e vejo que dormimos ali mesmo, eu, sorrindo, todo bobo e sem reação, não sabia como acordar Mag,mas precisávamos ir embora, então dou dois tapinhas de leve no esquerdo de Mag: “ Mag, ei Mag acorda, pegamos no sono e amanheceu, temos que ir embora”. Mag acordo e me diz, com a voz trêmula  “ Como assim amanheceu? Minha mãe vai me matar Pedro, e agora o que vou falar pra ela?”     Calma vamos dar um jeito nisso Mag, você acha uma boa ideia eu ir em sua casa e falar pra sua mãe que passamos a noite juntos e que não percebemos a hora passar?  - Não, pelo amor de Deus, não faça isso, minha mãe proibiria nossos encontros, e,  não poderíamos nos encontrar por um bom tempo....

R.Augusta: a sétima chave capítulo 5

                   "A serpente" Gusman tomava um whisky com pedras gelos que derretiam conforme o calor humano, emergia no ambiente. Sem avisos, todos ficaram em um silêncio absoluto.  As luzes se apagaram. A tensão que repentinamente tomou o lugar, era quase palpável. O palco se iluminou, e uma figura feminina lhe chamou a atenção.  Por Gusman: Com os cabelos longos e pretos, a mulher usava um vestido com formato de serpente que lhe percorria todo o corpo. Ela começou a cantar, sua voz era intrigante e sedutora, ela trocava olhares com Carlos. Meu amigo estava preso a ela, como se estivesse enfeitiçado. Ela tinha esse efeito sobre as pessoas: as cativava com seu olhar, a atenção de todos estava minuciosamente concentrada à mulher. Quando voltei à realidade, percebi que ela estava flertando com Carlos, um troca de olhares cada vez mais intensa.  Algo me incomoda, uma pontada em meu peito surge, um sentimento primitivo e po...

A Menina que queria mudar o mundo

A menina que queria mudar o mundo Quando eu era criança, em idade de Educação Infantil, que na época chamávamos de parquinho, eu odiava a escola. Todas as crianças amavam ir para o tanque de areia. Eu detestava. Não gostava de nada lá: nem das atividades, nem do tempo que eu passava na escola, nem das brincadeiras. Nada. Quando entrei para o Ensino Fundamental, na 1ª série, minha vida começou a fazer sentido, porque lá eu lia mais, tinha mais contato com livros e as atividade me desafiavam mais. Além disso, eu estava mais perto da minha mãe, que era professora naquela escola. Eu não pensava em ser professora naquela época. Eu queria ser cantora. Subir aos palcos, em frente a multidões...ser uma cantora famosa! Isso me deixa bastante confusa, pois eu sempre fui absoltutamente tímida. Não sei de onde saiu esse desejo. Ainda hoje, tenho bastante vergonha de falar em público. Mas esse desejo de ser cantora não se prolongou muito, pois logo percebi que me faltava um detalhe importante: tale...

A Taxação dos livros

     A   Taxação dos   livros     Instagram : @ket.literapia Na obra distópica Fahrenheit 451 o autor, Ray Bradbury, apresenta uma sociedade puramente alienada, em que a leitura é inacessível, incomum e criminalizada. Ao decorrer da história é impossível saber se a população fora deixando os livros de lado ou se fora instaurado um regime ditatorial, que buscando pela facilidade governamental e a ausência de reivindicações sociais, inviabilizou o acesso à leitura. Nesse sentido, é possível compreender que sociedades como a de Fahrenheit 451 já existem. E infelizmente nós, brasileiros, estamos inseridos em uma delas. A democratização da leitura ainda é uma utopia no Brasil, visto que LER não é um ato de lazer para a maior parte da população. Nas escolas públicas, devido à ausência de investimento, políticas públicas de acesso à leitura são praticamente inexistentes, de modo que aprendemos a ler, mas não aprendemos a gostar de ler e, por isso,...

As descobertas das doçuras e amarguras da vida (Casinha na árvore e as estrelas)

  Naquela noite em especial parecia que os problemas não existiam, que o mundo tinha parado ali, que o relógio já não contava mais segundos, minutos e o tempo é como se fosse mágico eu ali sentado naquela casinha da árvore no canto recostado sobre a parede olhando o céu, admirando as estrelas e Mag deitada no meu ombro, aquilo era tudo muito intrigante pra mim, pois eu nunca tinha ficado tanto tempo assim com uma garota e com a hipótese dela sentir algo por mim, deixava-me mais irradiante. Então Mag desperta, lentamente abre os olhos e fico olhando ela despertando e aos poucos se situando, e de pronto ela pergunta-me: “Pedro por que você deixou eu dormir? Fiquei muito tempo dormindo?”.   - Não! Eu acredito Mag, que você dormiu tempo o suficiente pra que eu te observasse e chegasse a conclusão de que eu sou um cara de muita sorte Mag, pois hoje eu pude admirar as estrelas e, ao mesmo tempo você deitada no meu ombro me fazendo ter uma noite muito agradável.   “Ped...

R. Augusta: a sétima Chave capítulo 4

A Dama de Vermelho  Era um dia de calor extremo quando ouço a campainha tocar. Logo fui ver quem era. Albert e outros rapazes, que são os patrocinadores que ajudam na casa financeiramente, estavam aguardando para entrar. Elizabeth, minha chefe, apareceu ao meu lado e assumiu a conversa. — Vamos para o meu escritório temos um assunto para tratar. — Elizabeth me olha, e me pede para auxiliar na montagem do palco para os shows da noite.  — Débora, estarei em uma reunião importante. Não quero ser incomodada. — Ok chefe. A campainha toca novamente e fui atender. — Olá? Posso ajudar? — o homem que está em minha frente, parece nervoso. Ele não parece saber onde está exatamente. —Gusman meu nome é Gusman. Carlos me indicou esse lugar para conhecer. Ele trabalha aqui. — disse Gusman com a voz calma e baixa. — Certo, só um minuto por favor Gusman. Vou em direção ao bar, encontro Carlos o barman, organizando as bebidas por quantidade. —Carlos? Um homem chamado Gusman, está aqui, falando ...