Segredos Fatais
Surpresas Perturbadoras
Foi desse dia em diante que minha vida foi por água abaixo; minha mãe começou a beber, foi demitida de seu emprego e estávamos ficando outra vez sem dinheiro, era como se meu pior medo estivesse virando realidade novamente, mas agora com um adicional: nossa casa estava até hipotecada.
Eu estava apavorada, triste e sem saber o que fazer para ajudar.
Sem opções, conseguimos com muito esforço vender a casa com tudo que havia dentro e recomeçamos com o dinheiro da passagem para algum lugar não tão caro do continente Norte Americano. Acabamos encontrando em Ottawa, uma pequena casa de dois cômodos. Não era tão ruim, tirando pelo fato de que ela ficava perto dos trilhos de um trem e quando ele fazia sua rota em direção ao centro da cidade todos os dias às nove horas da manhã e às cinco da tarde, a estrutura nossa modesta casa começava a tremer, mas não era algo que não conseguíamos suportar.Consegui um emprego como garçonete na cafeteria do centro da cidade, a gorjeta e o salário eram péssimos, praticamente não conseguia pagar as contas de casa. Minha mãe se culpava cada dia mais pela situação em que nos encontrávamos. O brilho em seu olhar havia desaparecido. Sua vontade de viver, não estava mais lá. Ela havia mudado. E aquilo me preocupava.
Três anos se passaram nessa mesma condição.
Minha mãe começou a beber ainda mais.
Era uma noite de primavera. A leve brisa agitava as folhas das árvores fazendo-as balançar em sincronia harmoniosa, a qual apenas a natureza era capaz de proporcionar. Os fios rebeldes que se desprendiam de meu desarrumado rabo de cavalo, balançavam de acordo com o vento. Decidi parar no meio de caminho de volta para casa, apreciando e refletindo cada detalhe em minha vida e, em como nos últimos anos, tudo havia se transformado e tomado rumos, que jamais teria imaginado. Acabei por chegar mais tarde que o normal do meu expediente devida parada. Assim que adentrei a casa, estranhei a luz vinda do quarto de minha mãe, ela sempre estava dormindo àquela hora. Antes de adentrar em seu quarto, me deparei com uma folha de caderno em cima da escrivaninha do minúsculo corredor. Não li o que estava escrito na folha de imediato, optei por entrar no quarto de minha mãe para vê-la. E me deparei com a pior cena que uma filha poderia ver em sua vida.
Liguei rapidamente para a polícia que veio depois de muito aguardo.
Eu havia poupado dinheiro para a faculdade, mas utilizei para o enterro de minha mãe.
A nessa hora então, eu caí na realidade dura em que me encontrava.
Eu não tinha mais ninguém
Estava perdida.
Sozinha.
Eu não tinha família.
Não tinha para onde ir.
O que eu faria?
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